quarta-feira, 13 de março de 2013

NOMES DE RUAS

     Tomando conhecimento que acirrados debates tem ocorrido nas sessões da nossa valorosa Câmara Municipal, tendo como ponto central Projetos de Lei de Denominação de Vias Públicas, as quais nem sempre preenchem os requisitos mínimos para serem assim chamadas, muito menos para servirem de homenagem a algum cabo eleitoral ou seu parente falecido, lembrei-me de fato narrado por colega vereador
da legislatura 1977/83, quando,  orgulhosamente ,exerci a vereança em nossa Florianópolis.
      Contava o citado edil, que por sinal antipatizava com o processo de denominação de ruas, que em determinada ocasião a comunidade moradora de uma servidão, procurou a Prefeitura para viabilizar as condições mínimas para que a mesma pudesse ser transformada em rua e recebesse nome e todos pudessem ter seus endereços regularizados (uma das condições de cidadania).
     Após penoso processo, que envolveu doações de partes de seus lotes para garantir as dimensões exigidas para a transformação em rua, surgiu um impasse, pois determinado morador se negou a ceder  pequena faixa de seu terreno para que o objetivo fosse alcançado. 
     Para solucionar o problema o Município resolveu indenizar o mau vizinho , abriu a rua e atendeu aos anseios dos moradores, apesar da falta de solidariedade do cidadão .
     Feitas as obras necessárias ficou pronta a tão ansiada rua, que para surpresa geral, mediante a afoiteza de rápido edil, teve aprovado Projeto de Lei dando o nome da rua, exatamente,  ao mau vizinho, falecido nesse meio tempo.
     Portanto, senhores, muita cautela com as homenagens..........
     
CRIAÇÃO  DA  CASAN  - ( complemento )

              A base da proposta do PLANASA era ter estruturas estaduais ágeis , com reduzida burocracia e competente conformação técnica como maneira de rapidamente alavancar o desenvolvimento do setor, elevando os níveis de cobertura dos serviços de água e esgotamento sanitário, baixíssimos na época.
              Porém nada disso se concretizou nem no início das atividades da companhia, nem em, praticamente, momento algum de sua história. Parte das razões podem estar no seu nascimento.
              A herança recebida  do extinto DAES se mostrou um fardo pesado a ser carregado e nem o esforço feito como presidente da Comissão de Transição da administração direta para a CASAN ,foi suficiente para transferir só a parte melhor para a nova empresa. Passou o pacote inteiro, com as coisas boas, que não eram muitas, e as coisas ruins. O comando geral desse processo foi de responsabilidade do Secretário de Estado Engº Paulo Müller de Aguiar, primo do governador Engº Colombo Machado Salles e meu ex-professor da disciplina de Estradas na Escola de Engenharia do Paraná em Curitiba.
               A segunda parte referente ao problema do nascimento da CASAN, surgiu na formação do grupo gestor da empresa, o qual apesar de ser composto por pessoas de qualidade sob o aspecto da moral e da capacidade pessoal , não apresentava o perfil mínimo previsto e necessário para atender a demanda do que se propunha para o desenvolvimento do setor, com características empresariais e assemelhadas à iniciativa privada. Profissionais oriundos do serviço público, aposentados e sem a visão minima do empreendedorismo , apesar de bem intencionados, formaram, junto comigo, o secretário e o governador, mais o Estado como acionista majoritário, o grupo de incorporadores da CASAN e assim foi viabilizada sua criação.
                Essas duas marcas parece que ficaram gravadas na empresa até os dias atuais, sendo que depois de perder o poder fiscalizador  do antigo BNH , pela sua Diretoria de Saneamento, a empresa foi definitivamente entregue nas mãos dos governadores, quase todos insensíveis aos problemas de Saúde Pública ,que tem no Saneamento sua arma mais efetiva, para que usassem e abusassem dela como ferramenta  politico-partidário-eleitoral, jogando fora todos os avanços que se tinha conseguido , em especial no Abastecimento de Água., pois em Esgotos Sanitários pouco se avançou até hoje.
                Nesse período se usou de forma apenas parcial todo o potencial técnico que a própria empresa acabou  formando ao longo dos anos, com dificuldade e poucos estímulos, e que nas últimas administrações (2003 em diante) foi definitiva e literalmente alijada da CASAN..
                Mas esses já serão temas de futuros artigos relacionados ao Saneamento em Santa Catarina.

terça-feira, 12 de março de 2013

CRIAÇÃO DA CASAN
         Nos  idos de 1970, foi criado, pelo Governo Federal, o Plano Nacional de Saneamento - PLANASA , que previa a criação pelos Estados de companhias de Saneamento ( só para água e esgoto - resíduos sólidos e drenagem urbana ficaram fora, pois não tinham retorno financeiro) visando assumir os serviços até então de responsabilidade dos municípios ou de estruturas estaduais da administração direta.
         Santa Catarina tinha , na época, como responsável pelo setor  o Departamento Autônomo de Engenharia Sanitária - DAES - , orgão com atuação restrita à Grande Florianópolis mais a zona de litoral entre Itajaí e Tubarão , tendo Criciuma sido incorporada por último, já em 1970.
          Não havia nenhum esfôrço, muito pelo contrário, em melhorar essa estrutura que se prestava a usos políticos na região e tudo era feito no sentido de que novas áreas de atuação , novos serviços , recursos financeiros e novos profissionais fossem direcionados à responsabilidade da Fundação Serviços Especiais de Saúde Pública - FSESP - hoje FUNASA ,orgão do Ministério da Saúde, o qual chegou a administrar mais de 20 municípios catarinenses e trouxe grande avanço no Saneamento catarinense da época, em especial, no abastecimento de água.
           Além disso, o DAES passava por sérias dificuldades tendo em vista estar submetido à CGI - Comissão Geral de Inquérito, um dos instrumentos fiscalizadores usados pelo regime militar e ainda carregar consigo antigos vícios oriundos da administração pública baseada em fortes interesses politico-partidários e eleitorais., como até hoje ainda ocorre.
            Finalmente, em 1971, já no início das administrações ditas técnicas de governadores nomeados pelo regime militar, implementou-se a criação da CASAN, que como veremos adiante teve sérios problemas tanto genéticos ( representados pelo antigo DAES ), como de parto ( representado pela forma de sua composição inicial).
Segue depois.........

segunda-feira, 11 de março de 2013

Caros leitores
A decisão de usar uma ferramenta mais atual, em lugar de publicar futuramente algum livro sobre minhas experiências no campo pessoal, profissional e politico deveu-se a uma avaliação de que , provavelmente, não teria leitores para esse tipo de publicação.
O uso de forma de comunicação mais moderna e dinâmica, espero, será de maior agrado dos eventuais leitores de meu blog.
Acredito, também, que os ensinamentos absorvidos nas aulas de português do famoso Padre Jeremia ( vulgo Pomboquinha) no Colégio Catarinense devem me habilitar a ser satisfatoriamente compreendido por aqueles que se aventurarem por essas pobres páginas.
Entendi necessária essa pequena introdução, que me possibilita esclarecer o porque de, nessas alturas do campeonato, resolver contar algumas passagens de minha vida e que se não forem registradas por mim, não o seriam por mais ninguém.
Esperando ser do agrado dos futuros leitores, dou por iniciada minha participação mais ativa na era virtual
através desse blog, que pretendo seja bastante dinâmico.
Boas vindas e , se possível, bom proveito.
Afonso

sexta-feira, 8 de março de 2013

Um blog e muitas histórias

Afonso Veiga Filho é daqueles homens que parecem ter estado em todas as histórias, tipo Forrest Gump; pelo menos nas histórias de Florianópolis.
Professor, político de oposição de primeira hora, perde qualquer coisa por um bom filme, principalmente os clássicos (de preferência em Preto e Branco).
Flamenguista por herança de seu pai, sócio de carteirinha do clube carioca, e avaiano por convicção, embora seja impossível de levá-lo à Ressacada. Ainda é saudosista do velho Adolfo Konder, do qual era vizinho.
Conhece a cidade por experiência. Quando o assunto é saneamento, não encontramos na cidade alguém que possua ao mesmo tempo as bases da engenharia sanitária e a história da cidade.
Na política é respeitado pela esquerda e quase temido pela direita por suas colocações precisas e muitas vezes irrefutáveis.
Gosta de ser reconhecido como um MDB histórico, embora a desilusão com as práticas de alguns correlegionários da atualidade o tenham feito se desfiliar do partido.
Suas convicções, no entanto, permanecem firmes; embora antigas, não estão defasadas pois a realidade atual só agravou os problemas que vem combatendo há muito tempo.
Só para não deixar de dar um toque pessoal: Afonso Veiga é também referência como pai, irmão, marido, tio, avô e...sogro.
Acho que vamos nos deliciar com suas histórias em seu blog.

Elson Pereira