quarta-feira, 13 de março de 2013

CRIAÇÃO  DA  CASAN  - ( complemento )

              A base da proposta do PLANASA era ter estruturas estaduais ágeis , com reduzida burocracia e competente conformação técnica como maneira de rapidamente alavancar o desenvolvimento do setor, elevando os níveis de cobertura dos serviços de água e esgotamento sanitário, baixíssimos na época.
              Porém nada disso se concretizou nem no início das atividades da companhia, nem em, praticamente, momento algum de sua história. Parte das razões podem estar no seu nascimento.
              A herança recebida  do extinto DAES se mostrou um fardo pesado a ser carregado e nem o esforço feito como presidente da Comissão de Transição da administração direta para a CASAN ,foi suficiente para transferir só a parte melhor para a nova empresa. Passou o pacote inteiro, com as coisas boas, que não eram muitas, e as coisas ruins. O comando geral desse processo foi de responsabilidade do Secretário de Estado Engº Paulo Müller de Aguiar, primo do governador Engº Colombo Machado Salles e meu ex-professor da disciplina de Estradas na Escola de Engenharia do Paraná em Curitiba.
               A segunda parte referente ao problema do nascimento da CASAN, surgiu na formação do grupo gestor da empresa, o qual apesar de ser composto por pessoas de qualidade sob o aspecto da moral e da capacidade pessoal , não apresentava o perfil mínimo previsto e necessário para atender a demanda do que se propunha para o desenvolvimento do setor, com características empresariais e assemelhadas à iniciativa privada. Profissionais oriundos do serviço público, aposentados e sem a visão minima do empreendedorismo , apesar de bem intencionados, formaram, junto comigo, o secretário e o governador, mais o Estado como acionista majoritário, o grupo de incorporadores da CASAN e assim foi viabilizada sua criação.
                Essas duas marcas parece que ficaram gravadas na empresa até os dias atuais, sendo que depois de perder o poder fiscalizador  do antigo BNH , pela sua Diretoria de Saneamento, a empresa foi definitivamente entregue nas mãos dos governadores, quase todos insensíveis aos problemas de Saúde Pública ,que tem no Saneamento sua arma mais efetiva, para que usassem e abusassem dela como ferramenta  politico-partidário-eleitoral, jogando fora todos os avanços que se tinha conseguido , em especial no Abastecimento de Água., pois em Esgotos Sanitários pouco se avançou até hoje.
                Nesse período se usou de forma apenas parcial todo o potencial técnico que a própria empresa acabou  formando ao longo dos anos, com dificuldade e poucos estímulos, e que nas últimas administrações (2003 em diante) foi definitiva e literalmente alijada da CASAN..
                Mas esses já serão temas de futuros artigos relacionados ao Saneamento em Santa Catarina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário